SOFIA GREGA

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quarta-feira, 23 de dezembro de 2009

>>> CONHECIMENTO FILOSÓFICO



A Filosofia está num ponto intermediário entre a Teologia e a Ciência. Como Teologia, consiste em especulações sobre assuntos a que o conhecimento exato não conseguiu chegar, mas como Ciência, apela mais à razão humana do que à autoridade da tradição ou da revelação.
Todo dogma, toda crença, pertence à Religião. Todo conhecimento positivo, definido, pertence à Ciência. Há muitas questões, de grande interesse, que não podem receber tratamento científico e as respostas que a Teologia lhes tem pretendido dar, por serem demasiado concludentes, fazem com que o espírito moderno as encare com suspeita. Bertrand Russel cita alguns desses problemas:
a) acha-se o universo dividido em espírito e matéria? O espírito estaria sujeito à matéria ou seria dotado de forças independentes?
b) para onde marcha o universo? Tem algum propósito? Está evoluindo?
A Filosofia, voltada reflexiva e criticamente para os fundamentos do conhecimento e buscando compreender os valores que dirigem a ação, procura conhecer a origem dos problemas e criar para eles respostas racionais, à base de provas especulativas.
O conhecimento filosófico distingue-se do científico pelo objeto de investigação e pelo método. Os objetos da ciência são os dados próximos, imediatos, perceptíveis pelos sentidos ou por instrumentos, pois sendo de ordem material e física, são por isso suscetíveis de experimentação. O objeto da Filosofia é constituído de realidades mediatas, não perceptíveis pelos sentidos e por serem de ordem supra-sensível.
Três são suas características básicas:
1) É sistemático: sua base é a reflexão que busca ser a melhor tentativa de solução para os problemas;
2) É elucidativo: a missão da Filosofia não é explicar o mundo, mas esclarecer e delimitar com precisão os pensamentos, conceitos e problemas que de outro modo ficariam confusos;
3) É crítico: rege-se por aquela disposição metódica pela qual não se deve aceitar nada sem exame prévio;
4) É especulativo: tem aquela atitude teórica, abstrata, amplamente globalizadora, que envolve os problemas numa visão total. A especulação implica em admitir hipóteses e possibilidades para compreender algo; questionar sob vários aspectos;
A nossa razão, portanto, entende a Filosofia, tem ao mesmo tempo algo de especulativo e de místico: quer explicar e iluminar um pouco mais do que é cientificamente apresentado. A Ciência nos dá fórmulas exatas a respeito do comportamento da matéria, mas nada nos diz a respeito do seu valor, não no sentido econômico, mas existencial, de algo que interage com o homem e modifica a sua vida. E o conhecimento deste valor, só a especulação filosófica nos pode dar.
Wladimir Flávio Luiz Braga
Doutor em Ciências Jurídicas e Sociais
Professor de Deontologia Jurídica e Teoria Geral do Direito da Faculdade de Direito de Campos, Membro da Ordem dos Advogados do Brasil - Conselho Seccional de Minas Gerais